O apagão chavista
- Caio Blinder
- 10/03/2019
- 11
- Instituto Blinder&Blainder

Eu traço muitos paralelos entre os regimes de Bashar Assad e o de Nicolás Maduro. Subestimei a capacidade de sobrevivência do genocida sírio. E a do chavista responsável por crimes contra a humanidade?
Apesar do impasse prolongado na Venezuela, os sinais apontam para mais dificuldades de sobrevida do regime Maduro do que no caso de Assad. A capacidade de destruição de Assad para sobreviver e novamente consolidar seu poder foi assombrosa, fantasmagórica.
Na semana passada, o Wall Street Journal publicou ampla reportagem que foi resumida na frase de um assecla de Assad: “Somos nós ou a queimada do país”. E nesta escolha binária, o regime contou com a cumplicidade do movimento jihadista.
O cenário venezuelano é diferente. A terra arrasada é basicamente inflingida pelo regime chavista. Do outro lado, não existe uma versão tropical do jihadismo. Ironicamente, reportagem dominical do New York Times ressalta que o incêndio de caminhōes com ajuda humanitária no mês passado na fronteira com a Colômbia, atribuída pela governo americano aos asseclas de Maduro, foi responsabilidade de manifestantes de oposição.
De qualquer forma, nos últimos dias, as imagens são mais de apagão do que de incêndio. Na manchete dominical do jornal El País: “El apagón eléctrico evidencia la profunda crisis de governabilidad de Venezuela”.
Existe a estúpida ideologia chavista, mas o que chama a atenção agora é a inacreditável incompetência do regime.
A ideologia de Assad é a sobrevivência a qualquer custo. A eventual morte do chavismo será em parte causada por autodestruição a um preço dantesco.
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11 Comentários em "O apagão chavista"
Ótima coluna.
A sobrevivência do regime de Maduro e Assad decorre do retorno do embate da guerra fria, que Putin está financiando, mas parece que o ocidente “leia-se, EUA e Europa” não querem admitir o fato, pois assim não precisam se posicionar.
Pra tirar Maduro tem que fazer como Garrincha dizia:só
falta combinar com os russos.kkkkkkkkk
Carmen, quero o fim do chavizmo ha 19 anos. Mas não sou tolo: o objetivo é tornar a vida na venezuela um inferno até maduro cair.
50 anos pelo menos, guga.
No lago do Breu,
Os dedos da noite vão juntos
Para amortalhar os defuntos,
No lago do Breu.