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A vantagem de acompanhar declarações da presidente Dilma Rousseff pela CNN é escutar a tradução em inglês, o que machuca menos o ouvido do que o original em dilmês. Agora no começo da tarde, diante da imprensa, ao lado de Barack Obama, na Casa Branca, a presidente despejou um monte de cifras em dilmês sobre perspectivas comerciais de investimentos americanos no Brasil, além da defesa habitual da lisura do seu governo. A historiadora especialista em Inconfidência Mineira disse que este negócio de delação é um “tanto Idade Média”. Obama, é claro, falou em charmês e foi bom anfitrião para quem estava ali na sua casa, ressaltando inclusive os sacrifícios pessoais da presidente (tradução: tortura) na luta contra a ditadura militar. […]

Barack Obama e Dilma Rousseff jantam nesta segunda-feira na Casa Branca e na terça-feira haverá reunião de trabalho. Ótimo jantar e bons negócios. Falo isso sabendo de todas as dificuldades objetivas, do desconforto que este governo da República do Pixuleco significa para mim pessoalmente e com o noticiário sobre o Brasil mais para página policial do que de geopolítica ou de negócios. No entanto, torço pelo Brasil. Espero que nesta ofensiva desesperada, o governo consiga atrair investimentos estrangeiros e de fato recalibre seus laços com o parceiro tradicional. Eu quero o Brasil no lado certo da história, sem discurseira antiamericana chulé. Eu quero o Brasil integrado com os setores de ponta da economia global. Tudo bem exportar commodities para a […]

Dilma Rousseff chega neste domingo aos EUA. Na terça-feira, ela vai se encontrar com Barack Obama com atraso de quase dois anos, pois a visita de estado foi cancelada em 2013 devido às revelações de Edward Snowden de que os americanos espionavam a presidente brasileira. Muita indignação! Grampos passados. Dilma quer consertar as relações com Washington e durante a viagem ela pode dar  uma espiada na recém-publicada pesquisa do Centro Pew, confirmando como o mundo e em particular os brasileiros gostam dos EUA e de Barack Obama. Antiamericanismo é um produto surrado e contraproducente. Na pesquisa feita em 40 países, desgosto popular com os americanos apenas em um punhado deles, a destacar a Rússia de Vladimir Putin, onde apenas 15% […]

É a tal história, tão familiar dos leitores da coluna. A doutrina mais coerente para definir a política externa de Barack Obama é a Doutrina Corleone, a do Michael, em uma das cenas clássicas da trilogia O Poderoso Chefão: “Quando eu pensei que estava fora, eles me puxam para dentro”. Obama está doido para cair fora do Oriente Médio e não consegue. Quer até apaziguar as coisas naquelas bandas e tenta costurar um acordo nuclear com o Irã. Ele gostaria que este acordo fosse parte do seu legado em política externa. Sucessivas mortes de líderes terroristas, de Osama bin Laden (em 2011) a do segundo no comando da al-Qaeda, Nasser al-Wuhayshi, anunciada nesta terça-feira, são parte do prontuário, mas insuficientes para […]

Na coluna de quinta-feira, eu fiz o indiciamento da arruinada política externa americana no Siraque, no arco que vai da leviandade de Bush ao excesso de cautela de Obama. Um sacador heterodoxo, Robert D. Kaplan, num texto na revista The Atlantic, não vê ruínas na cautela de Obama para não se meter nos conflitos do Oriente Médio. Ele vê sólidos pilares. Para Kaplan, existe a arte de evitar a guerra. Ele cita Sun Tzu, o sábio chinês da Antiguidade, para qual “o lado que sabe quando lutar e quando não lutar terá a vitória”. Existem estradas que não devem ser viajadas, exércitos que não devem ser atacados e cidades fortificadas que não devem ser assaltadas”. Kaplan viaja na história com […]

Como parte de sua campanha para torpedear o acordo sobre o programa nuclear iraniano, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quer que o mundo aceite este acordo apenas depois que o regime xiita de Teerã reconhecer o direito de existência de Israel. Claro que isto deveria ser uma obrigação de qualquer país e o regime iraniano é odioso, antissemita e perigoso. No entanto, Netanyahu não acertou na mosca. Errou de longe o alvo. O presidente Obama foi certeiro ao lembrar em entrevista à rádio publica americana NPR que “nós não queremos que o Irã tenha armas nucleares porque não podemos apostar na mudança de regime”, ou seja, negociar é preciso pois o regime é odioso, antissemita e perigoso. Como disse Obama, “se, […]

A coluna é centrada em temas nobres como geopolítica e picuinhas. Os consultores do Instituto Blinder & Blainder decidiram que o assunto desta coluna se insere nestes dois nobres temas, mas exige uma overdose de perplexidade com o que está acontecendo com os americanos face aos resultados da pesquisa Reuters/Ipsos divulgada esta semana. Que país é esse? Para 34% dos republicanos, o presidente democrata Barack Obama representa uma ameaça iminente aos EUA, suplantando preocupações com Vladimir Putin (25%), o presidente russo movido a agressões na sua vizinhança e capaz de gerar uma imensa desestabilização na Europa, e com o ditador sírio Bashar Assad (23%), que joga bombas de barril e usa armas químicas contra o seu próprio povo. Que país […]

É preocupante para Barack Obama quando o New York Times, o mais importante jornal dos EUA e simpático ao governo democrata, sinaliza que o presidente está indo longe demais na sua trombada de egos com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. A sinalização está no texto mais destacado da primeira página do jornal na sua edição impressa de quarta-feira (um material analítico e não informativo), em que analistas israelenses nada simpáticos ao primeiro-ministro, que há uma semana foi vitorioso nas eleições, se dizem surpreendidos com o tom agressivo da Casa Branca, que contribuiu para afundar as relações entre os dois aliados para o nível mais baixo em 25 anos. Os analistas israelenses dizem que as críticas do governo Obama (no contexto […]

  No universo fictício, a pesquisa Reuters/Ipsos mostra que Barack Obama é mais impopular até que o maquiavélico presidente Frank Underwood, da série House of Cards. Por esta pesquisa, 54% desaprovam Obama, enquanto 46% têm uma visão positiva. Underwood é aprovado por 57%. Bate facilmente Obama, mas perde de longe para os “presidentes” David Palmer (89%), da série 24, e Jed Bartlet (82%), de West Wing. No mundo real, as coisas estão um pouquinho melhores para o presidente. O Obama de hoje pelo menos está mais bem posicionado do que o Obama de ontem. Impulsionada por melhores expectativas econômicas, a taxa de aprovação do presidente se recuperou para o nível mais alto em quase dois anos. Aprovação para 46% e […]

Coitado do nosso homem em Washington. Ele erra até quando acerta. O presidente americano deu uma endurecida com o nosso homem em Caracas e foi aquela reação previsível e funesta. Nicolás Maduro descolou mais poderes do Parlamento para enfrentar a “agressão imperialista”. A agressão, no caso, são mais algumas sanções contra gente do aparato de repressão chavista. Por formalidade, as punições precisaram ser descritas como uma “emergência nacional” em Wahington. Não deu outra: os 12 ministros das Relações Exteriores daquela excrescência diplomática que é a Unasul, repudiaram a “ameaça intervencionista” dos EUA. Claro que os EUA têm bagagem histórica de intervencionismo na América Latina, mas existe o bom intervencionismo de exigir respeito aos direitos humanos e de buscar uma saída […]

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