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A coluna é centrada em temas nobres como geopolítica e picuinhas. Os consultores do Instituto Blinder & Blainder decidiram que o assunto desta coluna se insere nestes dois nobres temas, mas exige uma overdose de perplexidade com o que está acontecendo com os americanos face aos resultados da pesquisa Reuters/Ipsos divulgada esta semana. Que país é esse? Para 34% dos republicanos, o presidente democrata Barack Obama representa uma ameaça iminente aos EUA, suplantando preocupações com Vladimir Putin (25%), o presidente russo movido a agressões na sua vizinhança e capaz de gerar uma imensa desestabilização na Europa, e com o ditador sírio Bashar Assad (23%), que joga bombas de barril e usa armas químicas contra o seu próprio povo. Que país […]

Uma das manchetes internacionais nesta terça-feira é a entrevista que o ditador sírio Bashar Assad deu a Jeremy Bowen da BBC. (Aqui para quem quiser ver e aqui para quem quiser ler um relato no site em português da BBC). Bowen diz que Assad é um homem educado (um assassino educado?) e, com perguntas firmes e diretas, trata até com suavidade as barbaridades ditas pelo ditador sírio (é o pedágio pago para poder circular nas áreas governamentais). Meu drama nestas horas é: para que entrevistar um ditador como Assad? Ele vai usar o material como propaganda interna e externa (o veterano Bowen está ciente disso). São mais de 200 mil mortos em quatro anos de guerra civil e o ditador […]

Sei que a conversa sobre Oriente Médio e os descaminhos da Primavera Árabe é circular (na segunda-feira, aliás, publiquei coluna sobre o círculo egípcio). E no círculo do debate, existe o argumento de que, com a coisa tão horrenda nas bandas de Siraque (Síria + Iraque), o ditador Bashar Assad, no final das contas, é o mal menor diante da barbárie que é o terror do Estado Islâmico ou o mero cenário de distopia na guerra civil. Para quem se consola com a cascata do “mal menor”, aqui vai uma historinha que veio a público esta semana. O caçador de nazistas Efraim Zuroff, do Centro Simon Wiesenthal, em Jerusalém, confirmou a morte de Alois Brunner, o mais procurado nazista. Ele, […]

Em reportagem, o Wall Street Journal deu uma medida do complicômetro do conflito do Iraque. Rebeldes sírios ao longo do espectro (de moderados a jihadistas do grupo Nusra) protestam contra sua exclusão da campanha contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico e denunciam os bombardeios americanos e de seus aliados como convenientes aos interesses da ditadura de Bashar Assad (que combate com menos vigor o Estado Islâmico do que os demais rebeldes na guerra civil). Entre os alvos americanos na semana passada, estava o grupo Khorasan, uma mutação da “venerável” rede Al Qaeda e que funciona como uma espécie de divisão internacional da Frente Nusra, focada na guerra civil e empenhada na derrubada de Assad. Mesmo grupos mais moderados têm […]

Na semana em que os jihadistas ensandecidos do Estado Islâmico ofereceram ao mundo as imagens do decapitado jornalista americano James Foley, é bom lembrar de outras barbáries no Siraque, desoladora mistura de Síria e Iraque. Esta semana foi o primeiro aniversário do uso de armas químicas pelo ditador Bashar Assad contra sua própria população nos subúrbios de Damasco, em um dos momentos mais lancinantes de uma guerra civil, que em três anos deixou quase 200 mil mortos. Em um texto escrito no site da revista Foreign Policy, Qusay Zakarya escreveu: “Eu sou um sobrevivente dos ataques de armas químicas do ditador sírio Bashar Assad em 21 de agosto de 2013. Há um ano, meu coração parou por 30 minutos depois […]

Existe o argumento de que Bashar Assad venceria até eleições livres e transparentes na Síria. O argumento é acadêmico. Assad é um ditador genocida e as eleições que se realizam nesta terça-feira são uma farsa grotesca. A Síria é uma nação destruída pela guerra civil, um estado falido. Teve lugar a profecia auto-realizável de Assad de sectarismo e selvageria. Com sua repressão genocida a protestos que irromperam há três anos, ele gerou uma resistência igualmente desumana encabeçada por jihadistas. A eleição desta terça-feira é um exercício político para Assad tentar criar um fato consumado: eu estou aqui e não vou embora. Desta forma, Assad fecha as portas para uma solução negociada e foi a sua decisão de convocar estas eleições […]

Nos últimos meses, dois dos mais infames regimes no mundo foram premiados. O ditador sírio Bashar Assad, aquele que usa armas químicas contra civis na guerra civil, teve uma sobrevida. A comunidade internacional fez um cálculo que era melhor costurar um acordo para a destruição do arsenal químico de Bashar Assad ao invés de puni-lo ou ampliar a guerra civil na Síria. Com a ditadura teocrática do Irã houve o cálculo internacional de premiar os seus setores mais razoáveis (encabeçados pelo presidente Hassan Rohani) e investir num penoso processo diplomático para conter o seu programa nuclear ao invés de partir para a ignorância. Por topar contenção e controle do seu programa nuclear, o Irã será beneficiado pela suavização das sanções […]

Linus Pauling é dono de um feito histórico: ele é a única pessoa que ganhou sem compartilhar com outros agraciados dois prêmios Nobel, o de Química e o da Paz. Vamos indicar Bashar Assad para quebrar a marca de Pauling? O ditador sírio merece o Nobel de Química porque não é qualquer dia em que o uso de armas químicas é recompensado e não punido. O acordo entre EUA e URSS, a verificar sua implementação, efetivamente recompensa Assad. Remove a curto prazo a ameaça de um ataque militar americano e garante uma sobrevida para o responsável pela barbaridade. Apesar das negativas, ao impulsionar o acordo e confirmar o imenso arsenal de Assad, os russos reconhecem implicitamente que o regime foi […]

Para quem ainda precisar de detalhes sobre os tormentos da minoria cristã no Oriente Médio islâmico, esta reportagem do New York Times sobre Maaloula, uma cidade bíblica na Síria, mostra o caminho das pedras. Revela também uma guerra de propaganda em um conflito sectário, onde existem tantos motivos para temer o extremismo islâmico (o que ajuda a explicar a relutância de intervenção na guerra civil) e como o regime de Bashar Assad (com a ajuda de seus aliados russos) manipula estes temores para reforçar seu argumento de que hoje ele é o grande protetor da minoria cristã. Nunca podemos esquecer como Assad agilizou o ciclo sectário na guerra civil. Assad, aliás, é um ágil propagandista. Ele sempre se perfilou como […]

O Mr. Blinder pode achar muito coisa. Ele tem o pendor dos intervencionistas humanitários (ou falcões liberais) que se alinham com os neoconservadores (velhos de guerra do Iraque) sempre que é possivel dar um tranco em um Bashar Assad da vida. Pode achar ótima a capa da edição corrente da revista The Economist com a cara do meliante de Damasco, pedindo que ele leve um cascudo. O Mr. Blinder pode achar um monte de coisas e existem as coisas das realidade. Entre as opções intervencionistas, está um ataque punitivo americano (curto e grosso) contra o regime criminoso pelo seu uso de armas químicas na guerra civil (ok, o editorial da Economist é cauteloso e fala em “uso aparente”). Até tal opção […]

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