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Sim, o poder da vacina é óbvio. Basta ver o gráfico. O número de novos casos de coronavírus está caindo (em geral drasticamente) nos países que mais vacinam a população. Este é o quadro em Israel, Emiratos Árabes Unidos e Grã-Bretanha. A situação também melhora dia a dia nos EUA. Na Europa continental, é o vexame. O diagnóstico para a lentidão nos países da União Europeia: burocracia, excesso de zelo para negociar bom preço para a vacina e overdose de ceticismo popular sobre o seu uso. O Brasil é campeão na América Latina, em contraste ao Chile. Diagnóstico do fiasco no Brasil? No topo da lista, o presidente que atua também como Ministro do Ataúde (antes conhecido como da Saúde).

Bolsotrumpismo é um transtorno, com sintomas como negacionismo, truculência, sarcasmo chulé e mera falta de empatia. Infelizmente, muitos acometidos pelo transtorno parecem incuráveis. Os estranhos gostam de se aconchegar e achincalhar no ninho do Facebook. No domingo, eu postei no Facebook a coluneta compartilhando minha alegria com a segunda dose da vacina, texto simples e singelo, que pela lógica deveria apenas receber um feedback de solidariedade de outros seres humanos. No entanto… Na minha pesquisa não científica, metade dos comentários no Facebook foram negativos (os mais desagradáveis foram defenestrados). Gente dizendo que sou um covarde por tomar vacina, gente dizendo que sou um velho viado por ficar praticamente recluso por um ano, gente dizendo que sou babaca por insistir na […]

Dois presidentes com um ano de diferença no histórico dia pandêmico do 11 de março. Que contraste. Veja o vídeo. Sorry, em inglês. Então, não é sextei, mas fraiday ou fraidiei (estas machucaram os ouvidos, hehehe).

Biden não decepciona. Ele governa como se esperava. Em contraste ao antecessor, Biden pode até ser chamado de estadista. A mera empatia se torna um gesto de estadista, como na homenagem e reflexão de segunda-feira para marcar 500 mil mortos na pandemia, nos EUA. E há também a cautela. Em meio aos sinais positivos de queda de mortes e hospitalizações e avanços na vacina, o governo Biden se esquiva da exuberância irracional, nada de baixar a guarda prematuramente. Existem o reconhecimento de que a tendência pode ser revertida e sobre o risco de celebrações de que a guerra acabou. Habemus governo.

Impossível ignorar algumas datas redondas: no domingo, os EUA atingiram uma marca macabra. Um ano após, o registro da primeira, o país chega a 500 mil mortes na pandemia. São mais americanos mortos de Covid-19 do que as baixas combinadas nas duas guerras mundiais e Vietnã. A marca é atingida quando há luz no fim do túnel. Os novos casos caíram de forma acentuada, as mortes diminuem e, em meio a tropeções e problemas logísticos, a vacina é aplicada. Biden acena com uma vida perto da normalidade no final do ano, mas alerta que novas variantes do vírus podem desacelerar os progressos. E obviamente uma parcela do progresso foi possível porque Trump não está na Casa Branca.

Duas sacadas sobre a pandemia: 1) Na revista The Atlantic, o cenário global do purgatório: abaixo o alastramento de variantes mais contagiosas e fatais do vírus e acima a rapidez do uso da vacina, apesar dos problemas logísticos iniciais, que vão desde mera burocracia a rivalidades entre países (ou dentro de países). 1) No caso americano, Donald McNeil, o repórter sabe-tudo da pandemia, palpita que talvez se esteja no estágio bem inicial de imunidade de rebanho, com 100 milhões de pessoas já infectadas (1/3 da população) e 24 milhões já beneficiadas com a primeira dose da vacina. McNeil reforça podemos estar começando, começando a desacelerar o alastramento da pandemia nos EUA.

A história provavelmente vai registrar a pandemia como a “primeira vez desde que registros começaram a ser feitos em que a desigualdade sócio-econômica cresceu em praticamente todos os países ao mesmo tempo”. Este é o veredicto da organização humanitária Oxfam sobre o terrível ano de 2020, especialmente atroz para as partes mais pobres do planeta. Estas áreas já estavam em uma corrida contra o tempo, enfrentando o risco existencial na forma de mudanças climáticas globais De acordo com o Banco Mundial, a redução da pobreza global pode regredir uma década. Obviamente, os vários níveis de negacionismo científico são aliados desta regressão.  

A média de novos casos do vírus nos EUA beira 250 mil POR DIA, mas americanos não são acometidos pela preocupação como deveriam. O quadro nos hospitais e nos cemitérios é avassalador, mas cadê a comoção pública? A vigilância cotidiana contra o vírus esmorece, basta ver o cenário de menos distanciamento social, a máscara pendurada no queixo e a socialização entre parentes e amigos dentro das casas. São mais viagens, restaurantes funcionando com capacidade máxima, times permitindo a volta dos torcedores para as arquibancadas e a cobertura ainda maciça da imprensa ignorada. Muita gente comodamente espera a vacina e outros nem isso.  

Com Biden, tudo deve melhorar, inclusive no desafio da vacina. Estão aí os problemas logísticos e de negacionismo, mas, mesmo nos seus estertores, o regime Trump agiliza o processo para viabilizar a vacina. Uma boa notícia é que os americanos estão mais ansiosos para tomar a vacina e ironicamente um dos motivos da ansiedade é esta nova ofensiva do vírus. Pela indicações, parte da hesitação era mais cautela do que resistência entrincheirada. Pela pesquisa Axios/Ipsos, 60% dos americanos querem tomar a vacina assim que ela estiver disponível, uma alta de oito pontos em relação a dezembro. Houve um salto espetacular de 20 pontos entre os entrevistados latinos na pesquisa. Explicação? 44% deles dizem conhecer alguém que foi infectado. Infelizmente, existe […]

Really, revista Time? Claro que 2020 vai para o ranking dos anos infames na história da humanidade, mas nem de longe é o pior. Vamos nos limitar a  tragédias naturais ou de saúde, esquecendo, entre outras coisas, as duas grandes guerrinhas do século 20. E para ficar em 1918 e apenas nos EUA: naquele ano, o país perdeu dezenas de milhares de soldados nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial e centenas de milhares na gripe espanhola. Em 1918, houve um salto de 46% no número de mortes em relação a 1917 e a expectativa de vida teve uma queda de quase 12 anos, em comparação a 3 em 2020. Vamos entrar mais a fundo no túnel do tempo. Pegue 1816, que […]

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