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Sarcasmo barato não é do meu feitio, muito menos sobre Barack Obama. O mercado do gênero está inflacionado. No entanto, quando trombei com uma manchete em um dos meus sites favoritos, The American Interest, decidi que dava para apelar para o gênero. Lá estava: Obama, o Unificador. Achei que se tratava de um texto irônico sobre relações raciais e políticas nos EUA, na sequência do massacre na igreja negra de Charleston. Nada disso. Era sobre o Oriente Médio velho de guerra. Com o lance americano de negociar um acordo nuclear com o Irã, existe a crescente e cada vez mais ansiosa aproximação entre Israel e Arábia Saudita. Obama une inimigos tradicionais (é verdade que o impulso maior é dos aiatolás […]

É preocupante para Barack Obama quando o New York Times, o mais importante jornal dos EUA e simpático ao governo democrata, sinaliza que o presidente está indo longe demais na sua trombada de egos com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. A sinalização está no texto mais destacado da primeira página do jornal na sua edição impressa de quarta-feira (um material analítico e não informativo), em que analistas israelenses nada simpáticos ao primeiro-ministro, que há uma semana foi vitorioso nas eleições, se dizem surpreendidos com o tom agressivo da Casa Branca, que contribuiu para afundar as relações entre os dois aliados para o nível mais baixo em 25 anos. Os analistas israelenses dizem que as críticas do governo Obama (no contexto […]

Atualização às 8:53 de quarta-feira Minha metáfora culinária do falafel se revela obviamente passada. Não fiz vigília eleitoral e nesta quarta-feira acordei diante do fato indiscutível: Benjamin Netanyahu não terá um trabalho tão penoso assim, tão moído como o bolinho de grão de bico do falafel, para formar uma coalizão de governo, costurando a maioria no Parlamento de 120 cadeiras. Ironicamente, apesar da comoção eleitoral, não ocorreram grandes alterações nos quatros blocos eleitorais de Israel (direita, esquerda, centro e árabe-israelense) e sim rearranjos internos. Netanyahu caminha para o quarto mandato, mais do que nunca coroado como Rei Bibi (seu apelido). A questão é o que ele fará com este mandato que, de certa forma, surpreende. Meu guru David Horovitz escreveu […]

Eu sei que a massa dos eleitores da coluna ainda está entretida com a massa que marchou e protestou nas cidades brasileiras no domingo, mas o Instituto Blinder & Blainder precisa marchar por este mundinho afora. E assunto quente neste começo de semana é a marcha eleitoral em Israel. As pesquisas já encerradas sugerem que a União Sionista (centro-esquerda) liderada por Isaac Herzog, não apenas está ligeiramente à frente do Likud do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas ganha pique nesta reta final rumo à eleição de terça-feira. Netanyahu talvez tenha cometido um colossal erro estratégico ao antecipar as eleições. O que parecia inimaginável há um mês pode se concretizar: o poder sem ele. Porém, é muito cedo para estas adivinhações: 20% […]

Um dos meus gurus, Walter Russell Mead, observa que para os sauditas o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu  estava certo ao alertar no Congresso americano esta semana contra o acordo nuclear sendo negociado por poderes mundiais, a destacar os EUA, e o regime xiita do Irã. Mead é meu guru, embora seja muito conservador para o meu gosto e excessivamente crítico da política externa de Washington. No entanto, levo muito em consideração suas avaliações. Ele diz que o reino sunita cheio de petróleo hoje considera o regime de Teerã um rival mais ameaçador do que Israel e não esconde sua fúria com os rumos da política externa americana. Se existe uma aliança de conveniência entre os EUA e Irã, em particular no combate […]

Eu não sou cri-cri com o Bibi (apelido do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu). Sou analítico quando fulmino seu erro de aparecer no Congresso americano a convite da liderança republicana e à revelia do presidente democrata Barack Obama para alvejar um possível acordo nuclear com o Irã. E depois de escrever quatro colunas consecutivas criticando o Bibi, é hora de elogiá-lo e não de enterrá-lo. Existe uma sofreguidão nas capitais ocidentais para debelar a ameaça terrorista do Estado Islâmico, que atua basicamente no Siraque, aquele território ingrato que cobre parte da Síria e do Iraque. Com esta sofreguidão, há uma aliança de conveniência com o xiita Irã, que também combate o sunita Estado Islâmico, além de segurar a barra do regime […]

Benjamin Netanyahu não é um Winston Churchill, mas é um orador competente. O primeiro-ministro israelense, que idolatra Churchill, é obviamente menor do que um salvador da humanidade, mas com o discurso desta terça-feira em Washington contra o acordo nuclear iraniano ele foi, como o buldogue inglês, apenas o terceiro dirigente estrangeiro a falar três vezes no Congresso americano, que, como lembrou, é o mais poderoso legislativo do mundo. Netanyahu posou e foi tratado como um presidente americano no discurso sobre o State of the Union. Como se esperava, Netanyahu foi belicoso e hipócrita. Disse que seu discurso não era político. Really? Em exatas duas semanas, teremos suadas eleições em Israel e sua vinda à revelia da Casa Branca democrata e […]

Meu guru Jeffrey Goldberg já está concentrado no day after, o dia seguinte ao discurso desta terça-feira do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no Congresso americano. O pronunciamento à revelia da Casa Branca faz parte da suada campanha de reeleição de Netanyahu (votação em exatas duas semanas). O primeiro-ministro, claro, nega qualquer motivação eleitoral (quer se mostrar um líder resoluto) ou o interesse de esnobar Barack Obama, garantindo que seu objetivo é meramente alertar sobre o perigo de um acordo nuclear com o Irã. Os dois dirigentes sequer vão se encontrar nesta visita do israelense a Washington. Netanyahu é politiqueiro, com uma visão mais tática do que estratégica dos problemas. Seu maior talento é a sobrevivência no poder. Ironicamente, em Israel, […]

Benjamin Netanyahu está em Washington. A viagem aos EUA culmina uma temporada de inépcia diplomática do primeiro-ministro israelense. Entre suas façanhas desde janeiro, quando ocorreram os atentados do terror islâmico em Paris, podemos enumerar: 1) conclamar os judeus europeus a emigrarem para Israel em função de antissemitismo, assim criando divisões nas comunidades judaicas de países europeus, forçadas a se posicionar entre as garantias de diversos governos de que tudo está sendo feito para protegê-las e o alerta nada diplomático de Netanyahu de que os judeus devem renegar seus países de origem. 2) irritar profundamente dirigentes europeus, a destacar o francês François Hollande, que insistem em dizer que os países europeus não são o que são sem os judeus. Netanyahu irrita […]

O acirramento de tensões e confrontos era esperado entre Israel e a milícia terrorista libanesa Hezbollah (aliada do regime xiita de Teerã e da ditadura Assad na Síria) desde que os israelenses mataram um general iraniano e um comandante do Hezbollah em um ataque aéreo na Síria no último dia 18. Pois bem, nesta quarta-feira veio a retaliação. Em um ataque de artilharia, o Hezbollah matou dois soldados israelenses e feriu outros sete,que estavam em patrulha na área das colinas de Golã controlada por Israel. Não está claro se o ataque em uma tripla fronteira foi lançado do Líbano ou da Síria. Na espiral habitual, aconteceram as represálias israelenses e no ataque contra o sul do Líbano ocorreu a morte […]

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