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Enquanto alguns pontificam que Israel é uma cepa do apartheid sul-africano, vamos aos fatos: naquela democracia disfuncional, oito partidos que vão da extrema-direita à extrema-esquerda finalmente costuraram uma coalizão que finalmente afaste Netanyahu do poder. Difícil botar fé no sucesso deste conchavo bizarro e Netanyahu, acusado criminalmente em 3 casos de corrupção, tem aquele dom venal para sabotar estratagemas para que largue o osso. Vamos esperar o milagre. Eu cheguei ao ponto da minha vida em que endosso o plano de incialmente ter Naftali Bennett como primeiro-ministro, isso mesmo, o líder ultranacionalista e religioso, contrário ao mero conceito de estado palestino. Se a geringonça funcionar, na rotatividade de poder depois será a vez de Yair Lapid, o líder centrista e […]

Pedido aos navegantes: se alguém souber de alguma manifestação de repúdio ao Hamas nas ruas de qualquer cidade, sou todos ouvidos. Por ora, escuto o barulho das manifestações contra Israel e dos incidentes antissemitas, inclusive em Nova York.

Na insanidade dos últimos dias, neste novo ciclo de choques entre Israel & palestinos, um porto de sanidade para atracar é o de Anshel Pfeffer,  autor de obrigatória biografia de Netanyahu e jornalista do Haaretz e da Economist. Pfeffer tem 4 pontos, que ele qualifica de verdades: 1)A política de Israel em Gaza desde 2007 (devolução aos palestinos) tem sido cruel e sem sentido. 2)Se o Hamas dispara foguetes contra Israel (alvos indiscriminados), claro que Israel vai reagir. E eu acrescento: até o moribundo Partido Trabalhista não se opoē aos atuais bombardeios. 3)Netanyahu prolonga esta campanha além da conta. 4)Em termos puramente militares, Israel tem mantido as vítimas civis em Gaza num nível baixo. E eu quero acrescentar um ponto: […]

Joe Biden é um tradicional sustentáculo de Israel no establishment americano. Ele está no mesmo lugar, mas há mudanças no espectro: a política israelense foi muito para a direita, o presidente palestino Abbas evaporou de vez, o Hamas triunfa como campeão da causa palestina, existe agora um minoritário, mas atívíssimo setor mais à esquerda e crítico de Israel no Partido Democrata e o Partido Republicano foi mais para a direita, confundindo apoio a Israel com apoio a Netanyahu (postura sedimentada por Trump). O drama Biden é sentido com toda intensidade de dias para cá no novo ciclo de violência entre israelenses e palestinos. O presidente prefere pressionar Netanyahu discretamente a ao menos aceitar um cessar-fogo em Gaza, mas o desafio […]

Manipulado e traído pelos potentados árabes, o manipulador e traidor Arafat correu para Teerã em fevereiro de 1979 logo após o triunfo da revolução xiita de Khomeini, o primeiro dignatário estrangeiro no país. Nas ruas, a massa gritava: “Irã hoje, Palestina amanhã”. Desde então, o Irã dos aiatolás manipula a causa palestina. O namoro de Arafat e Khomeini não durou muito. Um ano mais tarde, o líder palestino reclamava que os aiatolás queriam que ele abandonasse a causa nacionalista em nome do islamismo. O pessoal de Arafat dizia que o regime de Teerã era comandado por “religiosos malucos” e os acólitos de Khomeini desprezavam os impuros palestinos que então estavam à frente da guerra e do terror contra Israel, eles […]

O analista militar do Times of Israel, Judah Ari Gross, faz as contas: :”O comando militar israelense acredita que feriu o Hamas de forma significativa e isso é o melhor que pode fazer agora”. As defesas antimísseis de Israel se mostram novamente altamente efetivas, o que minimiza largamente as baixas civis diante da saraivada terrorista, neutraliza a necessidade de uma invasão terrestre de Gaza e os bombardeios de retaliação botam para quebrar. No entanto, não existem ilusões: Israel não está para dar cabo do domínio do Hamas em Gaza. Um novo cessar-fogo virá, assim como o seu rompimento.

Netanyahu ganhou, mas isso não quer dizer que leva. No feitiço do tempo (o filme) que é a política israelense, o primeiro-ministro, indiciado por corrupção, terá o maior sufoco para chegar na terra prometida de 61 cadeiras no Parlamento e formar a coalizão de governo (além de descolar a imunidade parlamentar). No entanto, o bom desempenho deste mágico da política e mestre do jogo sujo eleitoral deve ser destacado. De certa forma, a terceira eleição em um ano foi um referendo sobre o indiciamento (o julgamento começa no dia 17). Muitos eleitores estão indiferentes a este indiciamento, ao estilo trumpista se sentem mais horrorizados com o tal do Deep State do que com um líder corrupto ou calculam que de […]

Coitadas das filhinhas deste eleitor israelenses. Quantas vezes a curto prazo elas deverão acompanhar o pai no rito de votação? Os eleitores vagam pelo deserto político sem encontrar sequer uma terra funcional, para não dizer prometida. Dentro de duas semanas, uma nova rodada de votação (a terceira em um ano) e as pesquisas não oferecem sinais promissores. Os dois blocos eleitorais (liderados, respectivamente pelo primeiro-ministro Bibi Netanyahu, cada vez mais direitista, e o ex-general Benny Gantz, vagamente centrista) se mostram incapazes de romper o impasse. Nenhum dos dois parece em condições de costurar uma coalizão de governo. Uma solução óbvia para renovar a política israelense é Bibi sair de cena, mas o indiciado por corrupção se recusa. Um dado impressiona […]

Eu nunca prestei muita atenção no plano de paz Israel/palestinos anunciado na terça-feira pelo impichado presidente Donald Trump ao lado do indiciado primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Não é um plano de paz, mas um pacote embrulhado pelo primeiro-genro Jared Kushner. O que mais impressiona é o timing do anúncio: durante o julgamento de impeachment de Trump, no dia do indiciamento formal de Netanyahu por corrupção e um mês antes de mais um capítulo da novela eleitoral israelense. Só faltaram os palestinos na conversa, que, caso se comportem direitinho, vão receber um estado-puxadinho e uma grana dentro de alguns anos. Benny Gantz, o líder da oposição israelense, não caiu na armadilha e decidiu participar da farsa, dando as caras em Washington e […]

Bibi foi Trump antes de Trump ser Trump. Indiciado por corrupção, ele denuncia uma caça às bruxas praticada por um Deep State (o sistema), acusa o procurador-geral que ele nomeou de estar a serviço das elites esquerdistas, esperneia que existe uma tentativa de golpe e bate sem cessar na imprensa “inimiga do povo”. Príncipe da elite política e intelectual israelense, Bibi (Benjamin Netanyahu) é um populista hábil e sem escrúpulos, que topa qualquer trambique para descolar imunidade parlamentar. Quer segurar o osso do poder até o fim, como um cão raivoso. Uma pontinha de esperança é que seu indiciamento leve setores do governamental Likud a terem coragem para se livrarem da mercadoria podre e aceitarem uma grande coalizão com a […]

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