Tag Archives Síria

O genocida Bashar Assad acaba de ser “reeleito” para mais um mandato de sete anos. Foi um sufoco, conseguindo apenas 95% dos votos (e olha que ele controla 60% do território). Assad sobreviveu à guerra civil graças ao apoio de Putin. E o selo de lisura eleitoral foi conferido pelos “monitores” despachados pelo ditador-bucaneiro da Bielorrúsia, Alexander Lukashenko, outro camarada de Putin. Lukashenko é velha escola. Na Bielorrússia, o nome da KGB ainda é KGB.

Os turcos cruzaram a surrealista linha laranja de Trump e estão na Síria à caça dos curdos. Na verdade, nunca houve um blefe para valer do presidente americano. Ele piscou para Erdogan e o sultão de Ancara mandou bala. Após facilitar o avanço turco, retirando tropas americanas, Trump fala grosso, prometendo “poderosas sanções” se a Turquia atravessar alguma outra surrealista linha laranja na Síria. O fato é que sanções não irão frear os turcos. Os curdos, velhos de guerra e de traições, foram se aconchegar com o genocida Assad (não é foi mole a escolha de Sofia dos curdos). Existe, portanto, o risco de um conflito mais amplo entre as forças turcas e as tropas de Assad que se movimentaram […]

Oriente Médio (especialmente a Síria) nunca foi para aprendizes ou moralistas (só falta escrever Trump na testa). Mas, a Síria é sob medida para o ladino e inescrupuloso presidente turco Recep Erdogan, que conhece muito mais a a art of the deal do que o autor do livro. Os dois conversaram no domingo e veio o anúncio de que os EUA decidiram dar sinal verde para as forças turcas incursionarem no norte da Síria, onde atuam os rebeldes curdos, até agora supostamente aliados dos americanos. Um punhado de soldados americanos que serviam de escudos humanos para os curdos serão retirados, abrindo caminho para o mortícinio dos rebeldes e da população civil pelos turcos. A tradição curda é a de traição […]

Ums coluna diletante como esta me concede o luxo de me remoer nas minhas obsessões. Uma delas claro que é a Síria. Não há muito mais a dizer, apenas repetir o que está na capa da Economista: a vitória vazia de Assad, o seu triunfo nos escombros de. um país. O genocida e suas tropas foram coerentes. Os soldados pintavam nos muros o slogan apocalíptico: “Assad ou nós queimamos o país”. Dito e feito. Assad destruiu cidades, esfomeou a população e usou armas químicas contras civis. Medir se Assad é mais terrorista do que o Estado Islâmico ou a rede Al Qaeda é um daqueles exercícios de futilidade comparando Stálin e Hitler. Os últimos rebeldes acuados na província de Idlib […]

Nada de novo na frente síria, mas vamos para lá. Assad consolida sua vitória na guerra civil de oito anos com seu método de trabalho: acelera o esmagamento da dissidência e da sociedade civil. O New York Times é meticuloso na reportagem de quatro páginas para explicar uma das chaves do “sucesso” de Assad: a rede secreta e em escala industrial de masmorras nas quais milhares de prisioneiros foram torturados e mortos. A investigação do jornal se baseia em entrevistas feitas ao longo de sete anos com sobreviventes e familiares das vítimas; o exame de centenas de páginas de testemunhos e revisão de documentos governamentais. Por cálculos independentes (e estamos falando de civis e não de rebeldes armados), 128 mil […]

Eu traço muitos paralelos entre os regimes de Bashar Assad e o de Nicolás Maduro. Subestimei a capacidade de sobrevivência do genocida sírio. E a do chavista responsável por crimes contra a humanidade? Apesar do impasse prolongado na Venezuela, os sinais apontam para mais dificuldades de sobrevida do regime Maduro do que no caso de Assad. A capacidade de destruição de Assad para sobreviver e novamente consolidar seu poder foi assombrosa, fantasmagórica. Na semana passada, o Wall Street Journal publicou ampla reportagem que foi resumida na frase de um assecla de Assad: “Somos nós ou a queimada do país”. E nesta escolha binária, o regime contou com a cumplicidade do movimento jihadista. O cenário venezuelano é diferente. A terra arrasada […]

A reportagem do New York Times é digna de um Prêmio Pulitzer. Seu título é: “Um edifício, uma bomba: como Assad usou gás contra o seu próprio povo”. Em 7 de abril, uma bomba química foi jogada na varanda de um edifício em Douma, um subúrbio de Damasco. Pelo menos 34 mortes. Os EUA e seus aliados europeus culparam o regime de Assad. Ele e seus patronos russos negaram. Houve a punição com o lançamento de alguns mísseis. Assad segue incólume no poder, apesar de mais este crime. Abra aqui para ver os 12 minutos de uma reportagem cirúrgica, preciosa e aterradora, com sua reconstrução virtual do que aconteceu em Douma. PS- não é aconselhável que crianças vejam sozinhas as […]

Na quarta-feira, Benjamin Netanyahu vai conversar em Moscou com Vladimir Putin.  No mosaico geopolítico das crises do Oriente Médio, os dois dirigentes têm boas relações, embora obviamente o primeiro-ministro israelense preze muito mais sua “amizade de infância” com Donald Trump. A questão é quando dirigentes precisam escolher entre amizades. Existe a tradicional aliança de Israel com os EUA, mas com habilidade Netanyahu cultivou Putin. Um teste crucial está em curso. Netanyahu é avesso ao risco, mas se mostra cada vez mais agressivo no confronto com o Irã, e por extensão na Síria. Netanyhahu foi à carga na semana passada com seu Power Point para denunciar o acordo nuclear iraniano e também com o poder mais efetivo e pontual dos ataques […]

O título do diagnóstico é enganoso. Ele significa que nem existe mais uma UTI para salvar o país. Esta semana, uma devastadora reportagem de capa no Wall Street Journal mostrou como o regime de Bashar Assad tem sido sistemático na guerra civil para alvejar hospitais, clínicas e pessoal médico na estratégia para destruir de forma deliberada infra-estrutura de medicina nas áreas rebeldes do país. O título da reportagem? “Em meio a bombas e ao gás, a Síria enfrenta uma crise épica de saúde”. Devido aos combates e à destruição da infra-estrutura de assistência médica, a maioria dos sírios não consegue mais viver além dos 65 anos de idade. Variados grupos rebeldes e a aviação americana (engajada contra o movimento terrorista […]

Os mísseis de Trump e dos aliados europeus não foram nem punitivos nem dissuasivos. Foram uma mera fustigada. Tudo sob controle. Já escrevi que Bashar Assad opera conforme sua própria lógica brutal. Desde a eclosão da insurgência popular em 2011, que se converteu em guerra civil (e na maior tragédia humanitária no mundo no século 21), o genocida de Damasco tem uma estratégia consistente, conforme escreve Roula Khalaf no Financial Times: nunca fazer compromissos, não recuar, não importa a questão e nem a intensidade da pressão. Assad aprendeu que a indignação internacional é fugaz e as linhas vermelhas traçadas pelos paladinos da civilização ocidental são pra inglês (e americano) ver. E ele sempre pode contar com o apoio de russos […]

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