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Sempre cirúrgico e conciso nos comentários, em particular no Twitter, Ian Bremmer, da Eurasia, escreve: há dois lados em debates sobre controle de armas, aborto, pena de morte, imigração e vai por aí. Aí, ele arremata que não existem dois lados sobre quem ganhou a eleição americana. E não existem dois lados sobre o fato de que as vacinas na pandemia funcionam e são essenciais. Chato quando a gente perde tempo ressaltando o óbvio, mas é a prova de quanto tempo é desperdiçado em debates estéreis e manufaturados por demagogos perigosos como Trump e Bolsonaro sobre negacionismo na pandemia e na fabricação de “fatos” sobre eleições em uma democracia.        

Poderia ser ainda pior. Já falei disso: imagine se Trump tivesse sido um canalha competente? Ele teria levado a pandemia a sério e usado o sucesso na guerra para triunfar junto ao povo e consolidar o seu poder. A opção foi negar até onde deu, confundir e atrapalhar os esforços de guerra. Eita, tiranete idiota. O mesmo vale para o da esquerda na fotomontagem.  

Donald Trump nunca teve e jamais terá a maioria dos americanos a seu favor. No entanto, o perigo que ele representa é imenso. Seu movimento autocrático e de crescente caráter fascista tem a capacidade de intimidar e galvanizar outros setores conservadores. Interessante ver a correlação de forças na votação de 57 a 43 no Senado (sete senadores republicanos tiveram a coragem e a decência de se alinhar a 50 democratas): os senadores a favor do impeachment representam 61,6% dos americanos (202 milhões) e os que absolveram o meliante, 38.2% (125 milhões). A segunda absolvição de Trump no tribunal do impeachment mostrou que ele é o líder indiscutível da direita americana. O núcleo duro deste protofascismo pode ser calculado como algo […]

Já condenado pela história como o pior presidente da história americana, ele começou a ser julgado nesta terça-feira no Senado por impeachment, pela segunda vez, algo histórico. Desta vez, os promotores (deputados democratas) serão mais diretos e cinematográficos na tarefa de provar que o execrável incitou a turba à insurreição na invasão do Capitólio em 6 de janeiro, que culminou uma retórica de longa data. Para os advogados de defesa, o execrável apenas exerceu seu direito à livre expressão, como se fosse um joe smith, um zé mané, como eu ou você. Claro que a linguagem do execrável sempre foi a de um capo da máfia, ou seja, sem ser explícito para ordenar que alguém seja executado, preferindo linguagem do […]

Candidato não deve insultar a base eleitoral do adversário. Deve se esforçar para cativá-la. Hillary Clinton é casada com um ex-candidato do ramo. Dito isso, sua constatação infeliz quando disputou a eleição contra Trump em 2016 era correta. Neste começo de 2021, pouco antes do ocaso do execrável, podemos dizer que Hillary acertou ao dizer que metade dos eleitores do incitador-em-chefe eram deploráveis. Se eles eram em 2016, imagine agora? Não podemos ter condescendência: após as 3o mil mentiras (a destacar The Big Lie sobre a derrota contra Biden) e a violação do juramento constitucional que culminou no incitamento à insurreição de 6 de janeiro, como definir o eleitor que ainda cerra fileiras com o homem? Pesquisas nos últimos dias […]

Confesso que não esperava uma fragilidade tão intensa e tão rápida do castelo Trump. Os ratos republicanos saltam das janelas e não vou criticá-los por oportunismo. Quero um movimento bipartidário para torpedear o incitador-em-chefe. A uma semana do final da infâmia presidencial, a taxa de aprovação do incitador-em-chefe é de 33%, parece ser o núcleo duro dos deploráveis. Espero que estes sinais de ojeriza cresçam e o establishment republicano abandone o infame, o único presidente americano premiado com dois impeachments na Câmara dos Deputados, o pior presidente da história do país. Foi uma votação paradoxal na Câmara na quarta-feira.  As penalidades para isentar um subversivo como Trump são pequenas e o minúsculo partido republicano cerrou fileiras com o meliante. Em […]

Para a enciclopédia: 6 de Janeiro de 2021. Flagrante no Congresso americano nos dias derradeiros do desgoverno do quadragésimo-quinto presidente do país.

Muito bom no town hall de quinta à noite (o evento da TV NBC) quando Trump fez pouco caso do fato de retuitar as mais alopradas e infames teorias conspiratórias (e ele se recusou a denunciar o QAnon). A moderadora Savannah Guthrie lembrou que Trump é presidente e não um “crazy uncle” (no Brasil, seria a tia do Zap). Na verdade, Trump é o tio maluco que chegou à presidência.

Fiquei surpreso com o longo braço de propaganda do envenenador e hackeador Putin. Reportagem do Wall Street Journal revela que a RT, antes conhecida como Russia Today, consegue chegar na cabecinha dos americanos colocando seu conteúdo em influentes sites conservadores. Uma rede de distribuição de conteúdo chamada Mixi.Media formou parceria com várias publicações de direita, muitas delas hoje atuando como braço de propaganda do trumpismo, para troca de material Entre as publicações está a tradicional National Review, que já foi uma voz importante do conservadorismo, mas também sites bem presentes no cotidiano americano como The Daily Caller, que já foi dirigida pelo supremacista branco Tucker Carlson, hoje um dos mais importantes megafones de Trump na Fox News. Para o meu […]

Parece cedo para o debate, mas não é. Em princípio, saberemos em 50 dias se Trump fica ou não na Casa Branca. E depois? Na edição desta semana da revista New York, Jonathan Chait publica vasto e complexo artigo sobre as armadilhas legais e políticas adiante. A primeira frase do texto é devastadora: “No final das contas, o mais saliente fato sobre Donald Trump pode ser simplesmente que ele é um vigarista”. O problema, menos simples, obviamente, é que o vigarista se tornou presidente. Jonathan Chait escreve que a “lei está chegando”, assim que Trump deixar o cargo. De imediato, ele é objeto de três investigações federais e estaduais em Nova York por supostos crimes que vão de sonegação de […]

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