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Na doideira do Oriente Médio, o governo Obama comete a proeza de desagradar a gregos, troianos, tradicionais aliados árabes e Israel, enquanto realiza um arriscado jogo de sedução com os iranianos na diplomacia nuclear. As guerras americanas (Afeganistão e Iraque) e os abalos da ordem autocrática no Oriente Médio com a Primavera Árabe claro que testariam as relações de Washington com seus aliados tradicionais, a destacar a Arábia Saudita. Na agenda saudita, é crucial impedir que a revolta popular chegue em casa, ao mesmo tempo em que a convulsão regional é uma oportunidade para tentar se livrar de desafetos como o sírio Bashar Assad. É uma agenda que colide com os interesses americanos, ou melhor dizendo, com os confusos interesses americanos. Isto […]

Na coluna de segunda-feira, eu dei espaço para meu guru Jeffrey Goldberg falar de maconha, aqui ele volta à sua droga familiar: Oriente Médio. De novo, precisamos lembrar que Goldberg, um influente colunista nestas questões de Oriente Médio, é simpático ao governo Obama. Ele pergunta: até que ponto Obama deve ser responsabilizado pela crise no arco Beirute-Bagdá, ou seja, a disseminada guerra civil entre radicais sunitas e radicais xiitas (al-Qaeda x Hezbollah)? Goldberg se diz inclinado ao intervencionismo (e lamenta a ausência de ação americana no estágio inicial da guerra civil síria), mas ele não vê com otimismo a idéia de engajamento de Washington no vespeiro sectário. Goldberg cita críticos da politica externa dos EUA reconhecendo que: 1) Obama não […]

Estamos em um mundo de criativa destruição geopolítica, sem liderança global. Esta é a expressão lapidar (e criativa) do guru Ian Bremmer (da empresa de consultoria Eurasia). Já o editorial do Wall Street Journal não perdoa e constata o recuo americano como causa desta criativa destruição geopolítica. A destruição está bem patente no Oriente Médio (que mesmo nos melhores dias carece de sanidade). É a doideira que justifica o título da coluneta. Mas, é justo indagar sobre o custo do processo intervencionista anterior ao desengajamento americano. A guerra civil síria se esparrama pelos vizinhos Iraque e Líbano e temos o ressurgimento da franchise al-Qaeda. Barack Obama faz o que pode para esquecer estes buracos quentes, mas eles decepcionam e não querem ser esquecidos. […]

Eu faço a confissão, pois nos últimos dias, desde que se tornou “legit” fumar maconha no estado do Colorado (happy new year!), é aparentemente obrigatório nos EUA admitir o seu uso na juventude para poder participar do debate sobre legalização da droga. Entre outros, dois dos meus gurus políticos, David Brooks e Jeffrey Goldberg, vieram a público com suas confissões maconheiras. Brooks na sua oração aos moços é muito solene. Ele segue o tom de que fumar maconha fez parte de uma fase juvenil de sua vida e agora, adulto e colunista respeitável, tem os prazeres e um processo criativo de gente madura. Brooks está sendo motivo de muita chacota e uma piada frequente é: o que o ele estava fumando […]

O terror islâmico que vitimou a Rússia em dezembro, semanas antes dos Jogos Olímpicos de inverno em Sochi, esteve no pódio e quase foi tema da minha primeira coluna de 2014. Na maratona de assuntos do ano, a Rússia de Vladimir Putin obviamente sempre terá destaque. A Rússia de Putin é uma mistura de repressão, corrupção, petulância geopolítica, o privilégio de commodities e alguma habilidade política do seu czar. Um dos objetivos do terror é estragar a festa olímpica de Putin. A festa, de qualquer forma, sempre cheirou mal, com seu espetáculo de propaganda comunofascistóide (típica putinada) e corrupção. Espetáculos esportivos globais (os da pátria canarinha estão chegando) são cada vez mais pateticamente grandiosos e vexaminosos. Esta reportagem da revista […]

Em um dia, o globetrotter Bill Clinton está em São Paulo vendendo sua iniciativa global. Em outro, o ex-presidente americano está na terra natal, no caipira estado de Arkansas, fazendo campanha eleitoral para seus apaniguados. O Clinton globalocalizado está em todas as partes. Na quarta-feira, ele estava em Nova York, ao lado de Hillary (visível e calada), conduzindo o juramento de posse de Bill de Blasio, o novo prefeito e o novo garoto-propaganda da causa progressista nos EUA. O Bill de Blasio que já trabalhou em campanhas eleitorais tanto de Bill como de Hillary. O Clinton de São Paulo, Arkansas, Nova York e Washington. Nunca devemos deixar de aplaudir o talento político dele. Que operador! Clinton é garoto-propaganda da marca Billhill […]

Durante minhas férias, alguns leitores apostaram qual seria o tema da coluna da volta, o tiro de largada em 2014? Seria mais um Obama? Seria mais um Putin? Mais um lance da Primavera Árabe? Perderam as apostas. Estes são temas que ganham qualquer loteria jornalística. Até as minhas próximas férias (que cheguem logo, que cheguem logo) terei muitas oportunidades para falar dos jogos geopolíticos de azar. Ainda estou enferrujado. O tema da primeirona de 2014 será mesmo o meu curto período de férias. Este escriba supostamente viajado tem uma confissão: foi turista de primeira viagem em Madrid. Verguenza! E, sem vergonha, ele fez a exploração na companhia da mulher e da mãe (esta sim, senhora viajada). Roteiro básico: El Greco, Goya, Guernica, […]

Coitado do presidente Fernando Henrique Cardoso. Para prestar sua homenagem ao amigo Nelson Mandela, ele precisou viajar para a África do Sul com esta turma aí da foto. Mas, na volta, o presidente teve um programão com um pessoal mais tolerável: nós, do Manhattan Connection. Eu ainda estou nas minhas miniférias, retornando em 2 de janeiro ao batente, mas quem puder faça a lição de casa e assista ao programa que gravamos com FHC em 20 de dezembro e que vai ao ar neste domingo, dia 29, às 23 horas na Globo News. É nosso ritual anual de presentear os espectadores com alguém com plano de voo que fale sobre tudo no arco retrospectiva/perspectiva. Os leitores mais aplicados podem assistir […]

Na linha da coluna de quinta-feira da minha preguiça para fazer retrospectiva de 2013, aqui vai a perspectiva de 2014, por cortesia de James M. Lindsay, do Council on Foreign Relations, em Nova York. E o foco dele é praticamente sem margem de erro sobre o futuro: o calendário eleitoral. Serão 10 pleitos da pesada no planeta e então vamos a algumas pinceladas, em ordem cronológica (e não de importância): 1) Eleição presidencial no Afeganistão (abril) Afeganistão é sinônimo de insegurança, corrupção e fraude eleitoral. O volátil presidente Hamid Karzai não pode concorrer a um terceiro mandato e o panorama é incerto. A Comissão Eleitoral Independente já eliminou 16 dos 27 candidatos. Entre os potenciais favoritos, estão candidatos derrotados em 2009 como […]

Eu cheguei a uma certa idade (jornalística) em que dá um tremendo cansaço (ok, também preguiça) fazer retrospectiva e perspectiva no fim de ano. Vontade de fazer boicote a esta convenção da profissão (boicote, aliás, foi tema da coluna de quarta-feira), mas a ética de trabalho vigora no Instituto Blinder & Blainder. Nada impede o departamento encarregado da convenção jornalística de marotamente se apropriar de retrospectiva alheia, ainda por cima quando foi produzida por um dos gurus da coluna, o venezuelano Moisés Naím. O assunto dele, claro, é pertinente: o grande mundo geopolítico. O primeiro parágrafo do Naím é um primor de concisão: Silvio Berlusconi está fora e Angela Merkel foi reeleita. Morreram Nelson Mandela e Hugo Chávez. Fidel Castro, […]

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