Nada a censurar no governo Trump por manter negociações com gente do alto escalão da ditadura Maduro, a destacar seu lugar-tenente Diosdado Cabello. Quem manda cartinha de amor para Kim Jong-un, pode conversar com qualquer um. Com Trump tudo é transacional, realpolitik sem nenhum filtro moral. Em Washington, há frustração com o fracasso da mobilização liderada por Juan Guaidó para derrubar Maduro. Assim, faz sentido esta negociação destinada a alijar o ditador do poder e abrir caminho para eleições livres. Em troca, o criminoso Diosdado Cabello quer, não apenas anistia, mas sinal verde para que o chavismo possa atuar em uma Venezuela democrática. A negociação vai vingar? Não sei. Sei que o sucesso terá um preço, As estimativas são de […]

Prefiro não usar o termo paralisia para a crise da Venezuela, pois as coisas por lá sempre se movimentam….infelizmente para pior. Mas, em que pé está a coisa seis meses depois de Juan Guaidó ter se declarado presidente legítimo? Na ocasião, o governo Trump exigiu que o ditador Maduro deixasse o poder ou… A ameaça era um blefe. Na sequência, uma insurreição para derrubar Maduro fracassou e a torcida por uma intervenção militar externa ou golpe palaciano se revelou wishful thinking. Como falar em luz no fim do túnel, se apagões são constantes na Venezuela? Rússia, China e Cuba ainda seguram as pontas de Maduro. A novidade são as negociações diretas entre o regime e a oposição na Noruega, num […]

Sim, existe um ar de desafio na foto. A briosa manifestante está precavida contra o gás da repressão chavista, mas sem perder a ternura, jamais. As flores, com as cores da bandeira, expressam o idealismo e o amor ao país. Esta semana, as esperanças floresceram e murcharam na Venezuela. A Primavera de Caracas ainda não aconteceu. Eu espero que aconteça, como em tantas partes do mundo desgovernadas por Maduros.

A resistência à ditadura Maduro entrou numa fase de insurreição cívico-militar. Não vou me aventurar a prever o desfecho, mas era o caminho natural. A oposição, hoje apoiada por boa parte da comunidade internacional (onde imperam democracias), somente terá fôlego para ir adiante se conquistar a adesão de setores militares, que, por fadiga, oportunismo, realismo e até patriotismo, desertarem do regime criado pelo militar Hugo Chávez. Um pacto de transição é necessário. Eu considero a insurreição legítima, como foram as rebeliões na Primavera Árabe, que tiveram (exceto na Tunísia) desfecho melancólico ou sangrento, resultando em ditaduras ainda mais atrozes ou terra-de-ninguém, como na Líbia. Espero que este não seja o desfecho na Venezuela. A ver. PS: (12:54, horário NY, terça-feira): No […]

Após o impacto para a distribuição de ajuda humanitária do exterior ter sido abaixo das expectativas, a oposição venezuelana recupera o pique. Pelo menos até o momento em que escrevo, a volta ao país de Juan Guaidó, líder da oposição e legítimo presidente interino da Venezuela, é um triunfo, sem uma tragédia. O regime de Maduro não concretizou a promessa de prendê-lo depois que ele retornou  ao país em uma viagem não autorizada. Uma primeira leitura é a de que o não-gesto de Maduro demonstra fraqueza. Talvez, mas quem sabe tenha sido um cálculo sobre o eventual custo desta prisão. Guaidó era aguardado no aeroporto de Caracas inclusive por embaixadores de diversos países das Américas e da Europa. Em seguida, […]

Vamos direto ao ponto: a crise se aprofunda na Venezuela e assim fica mais difícil ver solução à vista. Uma intervenção militar externa não desponta no horizonte. Não existe apetite para tal na América do Sul e tampouco da parte dos ianques. Sobreviver a curtíssimo prazo pode ser uma vitória para o ditador Maduro, mas apenas prolonga e agrava o sofrimento da Venezuela. Um dos meus gurus para Venezuela é Francisco Toro, fundador do site Caracas Chronicles. Ele alerta que uma ação militar norte-americana seria uma “catástrofe” para a Venezuela, ao estilo iraquiano. Propostas nesse sentido são fruto de desespero da oposição venezuela, do blefe diplomático ou da mera miopia de proponentes. Claro que o aparato militar dos EUA destruiria […]

Ao contrário do drama sírio do qual emergiu vitorioso o genocida Assad, eu não me aventuro a escolher datas no calendário para a queda de Maduro. Ele se mostra de qualquer forma duro na queda, como confirmam os sangrentos eventos do fim de semana para a distribuição de ajuda humanitária na Venezuela, impedida de forma criminosa pela ditadura chavista. O regime Maduro sobreviveu aos eventos do fim de semana, mas ele se isola rapidamente e inclusive atua nesse sentido, como nos casos do fechamento do espaço aéreo comercial e do rompimento de relações diplomáticas com a vizinha Colômbia. Tivemos deserções pingadas no aparato militar e de repressão, mas soldados leais ao regime disparam e matam civis venezuelanos. Maduro se aferra […]